O PAPA FRANCISCO

O PAPA FRANCISCO

 

O Papa Francisco foi eleito personalidade do ano 2013 pela revista Time. Estou convicta que este reconhecimento colhe uma larga unanimidade na opinião pública, não sendo uma nomeação surpreendente. Pelo contrário; o mérito das suas acções, a simplicidade da sua postura, a força da sua personalidade e da sua mensagem, combinam de forma perfeita com um carisma feito de generosidade e de afectos. O contraste evidente entre tudo o que transmite a sua figura de homem simples, despida dos valores materiais que hoje triunfam na sociedade, e sobre os quais este Papa tem declarado de forma especialmente contunde o seu desencanto, suscitam natural perplexidade aos que já tinham perdido a esperança de olhar assim para o residente nos aposentos mais distintos da Igreja.

É de tal modo necessária e encantadora a sua mensagem para o mundo de hoje, que me atrevo a supor que serão tantos os não crentes que o aplaudem quanto os próprios católicos. Quer isto também dizer que a Humanidade deste Papa é um dom contagiante, fazendo pulsar na sua mensagem o valor permanente e inalienável da dignidade humana. Não sei se o mundo saberá aproveitar este homem extraordinário e a sua mensagem libertadora, a favor dos mais desfavorecidos, contra o grande capital que oprime e esmaga os cidadãos mais pobres, contra as lógicas que esmagam as virtudes do ser humano, a favor do que verdadeiramente importa: a dignidade da existência humana.

Tenho ouvido dizer, com insistência e preocupação, que um Papa assim não resistirá muito tempo à frente da Igreja, pretendendo-se assim significar que a postura deste homem bom, constitui uma ameaça para a sua própria vida. Este receio, que todos repudiamos, diz bem da impotência que no fundo sentimos perante as forças encobertas que pressionam e dominam as grandes decisões globais. Mas é importante acreditar que o Papa Francisco continuará a ser um mensageiro firme da mudança que ambicionamos, e uma referência inquestionável da paz no mundo.

Um Papa que se despojou de uma glória efémera, do peso dos rendilhados de uma Igreja tantas vezes prisioneira em grilhões do tempo e da usura, para se deixar revelar adornado pelas suas virtudes. Aproximou-se assim facilmente dos outros, dos mais pequenos, dos mais pobres, dos mais abandonados, e começou a escrever o que podia bem ser um conto de Natal. Neste conto do Papa Francisco, tal como no de há dois mil anos, Jesus nasceu num estábulo simples, num berço feito de palha, rodeado de pobres pastores, e em toda a sua sublime simplicidade, escreve a história de um mundo novo.

Adicionar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Categorias

Recent Posts

Princípio do Antropoceno

Princípio do Antropoceno

O PAPA FRANCISCO

O PAPA FRANCISCO

A Avó Madalena

A Avó Madalena

Percursos
Conheça os nossos

Percursos

Marque mais rápido

Fale conosco!

+351 916 717 442
+351 910 741 061

pt_PT